terça-feira, 22 de junho de 2010

Um piscar de olhos

Ele estava feliz, acabara de se casar; sua mulher era muito amável. Ele, um soldado, novo ainda, porém muito competente.
Em um certo domingo feliz o telefone tocou. O dever o chamou e ele saiu pela porta, a porta que agora separa duas vidas, dois amores hoje, impossíveis.
Tão pouco tempo que se casaram, jovens, com uma vida inteira pela frente.
Agora chora, na lembrança de que um dia fora feliz. Lembra-se quando tarde da noite, a razão de sua existência saiu pela porta e recorda com soluços quando ele nunca voltou.
Relembra das noites acordada esperando seu amor, de sua grande esperança quando a campainha tocou e de sua decepção quando não viu seu marido, mas sim seu colega chorando. Sofre com agonia quando lembra das palavras do soldado, lembra de sua raiva e de querer nada além da morte.
Em um piscar de olhos, de repente, em menos de um minuto, uma vida se foi e com ela o seu final feliz.

Helena

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